Entre os dias 21 e 23 de outubro, Lisboa acolheu a 3.ª Assembleia Geral do Projeto Europeu DeployEMDS, do qual a TML – Transportes Metropolitano de Lisboa é parceira e que visa facilitar o acesso, a transformação e a partilha de dados de mobilidade, promovendo um transporte mais eficiente, seguro, sustentável e resiliente.
Foi num ambiente de grande informalidade e entusiasmo que a TML e a EMEL, parceiras do projeto em Portugal e anfitriãs do evento, receberam mais de 80 profissionais do setor, que chegaram de vários pontos da Europa. Afinal, tratava-se de um momento presencial de planeamento, aprendizagem e intercâmbio entre pares, naquele que foi o arranque do último ano de implementação deste projeto que já dura há dois anos. “Está na hora de concretizar!”, afirmou Christopher Newman, coordenador do projeto, no momento de boas-vindas, que aconteceu no Impact Hub Lisbon, entre muitos sorrisos e convites a provar os famosos pastéis de nata da cidade.

“Temos um ano para encontrar soluções práticas juntos”
Recorde-se que o projeto DeployEMDS (European Mobility Data Space), que foi lançado oficialmente em novembro de 2023 e tem 31 de outubro de 2026 como data de conclusão, responde aos desafios descritos no Programa Europa Digital da UE para ajudar a tornar o espaço comum europeu de dados de mobilidade uma realidade. Ao todo, o projeto já está a apoiar ativamente mais de 20 projetos de implementação em nove regiões da União Europeia - Barcelona (Espanha), Île-de-France (França), Milão (Itália), Lisboa (Portugal), Flandres (Bélgica), Sófia (Bulgária), Estocolmo (Suécia), Tampere (Finlândia), e Budapeste (Hungria). Em Portugal são três os projetos, sendo um deles da responsabilidade da TML.
Sobre o envolvimento da TML no projeto europeu, Faustino Gomes, presidente da entidade, manifestou grande confiança e esperança. No primeiro painel de debate da Assembleia Geral – onde teve a oportunidade de trocar ideias com Dimitrios Gkatzoflias, responsável por políticas na área de mobilidade e dados de transporte na Comissão Europeia; Sofia Taborda, Diretora de Inovação e Soluções de Mobilidade da EMEL; Laura Babío Somoza especialista em eficiência no trânsito e transição justa da POLIS Network; e Christopher Newman, coordenador do projeto DeployEMDS da Acatech – Faustino Gomes evidenciou a importância dos dados no planeamento das operações da empresa.
Por outro lado, e sendo a TML uma das maiores Autoridades de Transporte em Portugal, “a partilha de dados com todas as outras autoridades e stakeholders é muito benéfica, na medida em que essa partilha conduz a uma aprendizagem mais rápida e à disponibilização de novos serviços”, concluiu.
Note-se que o caso de uso que a TML está a desenvolver no âmbito do DeployEMDS foi concebido para disponibilizar informação estruturada sobre as perturbações nos serviços da Carris Metropolitana, comparando dados reais, com dados de referência.
A experiência da TML
A Assembleia Geral contou ainda, no seu programa, com visitas técnicas em Lisboa. Na TML, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a sala de controlo da Carris Metropolitana, onde toda a operação é monitorizada em tempo real através de uma plataforma construída internamente para esse efeito e que começa já a ser expandida para outras operadoras de transporte.

Seguiu-se uma demonstração do caso em estudo da TML, no âmbito do DeployEMDS, a ferramenta que permite identificar e classificar a severidade das perturbações na operação da Carris Metropolitana, de forma a aumentar a eficiência da operação e a confiança nos horários e no serviço da operadora de transportes, contribuindo para a atratividade do transporte público como um todo.
“Estamos a desenvolver dashboards de base geográfica e temporal, que permitirão a municípios, autoridades de transporte, gestores de infraestruturas, operadores e passageiros terem conhecimento das causas e impactos daquelas perturbações, promovendo assim processos de tomada de decisão mais informados e a identificação das soluções mais adequadas, em cada caso: sistemas de prioridade semafórica, criação de vias BUS, alteração do esquema de circulação rodoviária, alteração de paragens, etc”.
“A utilização de dados standardizados permitirá que o caso de uso seja replicado por outras Autoridades de Transporte e operadores de serviços de transporte público rodoviário de passageiros”, esclareceu a TML, “mas já estamos a conseguir tirar conclusões que são promissoras quanto ao valor acrescentado da ferramenta”.
