TML destaca potencial transformador da Inteligência Artificial no setor dos transportes – Transportes Metropolitanos de Lisboa

TML destaca potencial transformador da Inteligência Artificial no setor dos transportes

A Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) participou no painel “Chave 3: Inteligência Artificial”, integrado na conferência comemorativa do 9º aniversário do Jornal Económico. A sessão reuniu especialistas de diferentes áreas para debater os impactos da inteligência artificial (IA) na economia, nos serviços e na regulação.

Entre os oradores estiveram Francesco Costigliola, professor da AESE, Catarina Mascarenhas, consultora da Abreu Advogados, Rui Lopo, administrador da TML, Rita Mendes, country manager da Visa Portugal, e João Serrano, CX Product Management Leader da Cisco.

Francesco Costigliola destacou que os países adotam diferentes estratégias no posicionamento face à IA, sublinhando que a vantagem da Europa residirá na especialização em setores estratégicos, como saúde, transportes e energia. Defendeu ainda que a inteligência artificial pode contribuir para colmatar défices de competências de liderança.

Por sua vez, Catarina Mascarenhas abordou o papel da regulação no setor digital, considerando que esta é, em simultâneo, “um facto e um mito”: embora já exista regulação, é necessário clarificar os mecanismos aplicáveis e definir o que realmente se pretende regular, garantindo que a competitividade não seja comprometida.

No setor dos transportes, Rui Lopo, administrador da TML, destacou que “a inteligência artificial representa um enorme potencial de eficiência na utilização de recursos, ao mesmo tempo que se assume como um grande desafio disruptivo”. Sublinhou que o setor sempre trabalhou com dados e que a TML é, antes de mais, “uma empresa de big data”, sendo o transporte a camada de aplicação dessa informação. “O nosso sonho é criar um algoritmo capaz de correlacionar oferta e procura, para responder às expectativas das pessoas”, afirmou.

O administrador da TML alertou, contudo, para as dificuldades associadas à falta de formação e qualificação de recursos humanos, assim como para a escassez de parceiros tecnológicos. “As expectativas estão muitas vezes muito altas, mas a realidade nem sempre acompanha. Ainda assim, acreditamos que a sistematização da informação e a aplicação da IA podem ajudar a transformar o setor e a atrair talento”, referiu.

Rita Mendes, da Visa Portugal, lembrou que a segurança continua a ser um pilar essencial na economia digital, salientando que a empresa, tradicionalmente associada a cartões de pagamento, caminha hoje para se afirmar como “um agente de inteligência artificial”.

Já João Serrano, da Cisco, reforçou os desafios ao nível da infraestrutura e da confiança, defendendo a criação de métricas e incentivos que promovam a adoção da IA, com impacto positivo na produtividade e na gestão de talento.

O painel evidenciou que a inteligência artificial está a transformar profundamente setores como a saúde, os transportes, a energia e os serviços financeiros, sendo simultaneamente um desafio e uma oportunidade. Para a TML, a aposta passa por alinhar tecnologia, dados e mobilidade, colocando sempre as expectativas das pessoas no centro da equação.

Créditos de Imagem: Cristina Bernardo